domingo, 18 de outubro de 2009

Marley, cadê você?

Enfim, aconteceu o que eu menos queria. Marley fugiu denovo.

Pra melhor relembrar dele, quero contar como tudo começou. Sempre fui apaixonado por cachorros, eles simplesmente me fascinam. Mas este em especial me conquistou. Não que os outros não tenham me conquistado, mas o Marley não tem igual. Quero, antes de qualquer coisa, agradecer cada minuto que ele passou comigo. Foram simplesmente perfeitos. Ganhei ele de uma colega de trabalho, em Florianópolis, que com o maior carinho tirou ele da rua e levou para uma veterinária para maiores cuidados. Quando peguei ele pela primeira vez, era exatamente o que eu não esperava. O cachorro simplesmente não parava de me arranhar e não parecia ter planos de se acalmar. Por longos dias. Passei um tempo com ele dentro de um apartamento que, se não era minúsculo, era a metade disto. Com mais um amigo. Ele fez de tudo. Mijou em cima da minha cama, fez o número dois também, rasgou tantas e quantas peças de roupas e pés de mesa pôde, e marcou seu território como um bom cachorro. Marley, na verdade é um bom cachorro. Ele simplesmente é amável. Então, veio sua puberdade. Em Garopaba, numa bela casa com um pátio natural e uma lagoa em frente à casa - a lagoa da ferrugem, pra quem conhece a região. Pôde sentir o ar puro todos os dias, correr atrás das vacas e latir para qualquer possível ameaça, mesmo ela sento uma inofensiva sombra. Costumava fazer suas necessidades dentro de casa quando ficava sozinho, e eu não tiro a razão dele. Um amigo meu da califórnia, Kevin, apelidou minha casa de Shit House - Casa da merda, em bom português. Não que eu não limpava, mas é que quando ele viu pela primeira vez estava há alguns dias sem ir lá. Claro que o Marley estava comigo, não em casa. Bom, seguindo isso foi morar em Floripa denovo, comigo e minha mãe por algum tempo, até que eu conseguisse dinheiro para ir para a Bahia. Levei ele comigo no ônibus - isto mesmo, em cima do ônibus pela empresa Itapemirim - de Florianópolis até a Bahia. Foram 3 longos dias de viajem. Lá ele viveu dias de glória, livre e solto para andar o quanto quisesse, para correr atrás de gatos e cocos, encantar turistas do mundo inteiro ganhando o apelido de Campeon, e mobilizar um bairro inteiro em sua busca na primeira fuga, que durou 5 dias. Felizmente, o bom filho retornou à casa, e a cidadezinha de Itacaré teve um brilho a mais para mim. Foi passando o tempo e tive que voltar para o sul, após um ano. Claro que ele veio comigo. Nada é tão alegre quando ele não está por perto, como agora. E então, dois meses aqui e mais novos amigos que conquistou aqui na rua, ele sumiu nuvamente. Desta vez me preocupo por Novo Hamburgo ser uma cidade grande, e pensar mil coisas que podem ter acontecido. Só me resta o apelo de que ele, para mim, é como um filho, um irmão. Se você tem filhos ou irmãos, pense o quanto ama eles e o quanto doloroso seria perder eles, e imagine como me sinto agora. É com imensa tristeza e maior esperança que peço com carinho: se encontrar um cachorro, vira-lata puro, com uma enorme vontade de brincar, de pelagem branca com manchas pretas, atendendo pelo nome de Marley e buscando tudo que você jogar para ele, por favor, entre em contato pelo telefone 99461002, ou á cobrar pelo número, 30653724, ou para o celular de meu pai, 84451002. Moro na rua Guananás, perto do Carrefour, e a tristeza está tomando conta. Meu nome é Nicolas, e agradeço pela sua atenção ao meu apelo. Claro, a gratificação por me trazer ele, é o meu notebook. Fica aí o pedido, ofereço meu notebook de trabalho pelo Marley.

NIcolas Fernandes Farias
nicolas.surf@gmail.com

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